segunda-feira, 29 de junho de 2009

PROCEDIMENTO PADRÃO

O hospital ficou tranqüilo depois da meia-noite. Não havia enfermeiros andando nos corredores e os plantonistas, tentavam dormir. A porta do quarto estava fechada e as luzes apagadas. Só a claridade do corredor, escapando pela fresta da porta, iluminava os pés das duas camas. O velho dormia ao meu lado, ou pelo menos fingia estar. Levantei, coloquei a tipóia no meu braço esquerdo e fui até a sua cama, sorrateiramente.

Aproximei-me do corpo do velho, que à meia luz, parecia morto. Ele percebeu minha aproximação e perguntou-me, com dificuldade: - Não se aproxime, seu maldito. Você tentou me matar no pântano, queria que eu me afogasse. Quem é você?

Eu sorri e gracejei: - Eu sou o passado que busca pela verdade.

O velho se calou. Por isso, continuei: - Eu sei tudo sobre você, Fritz. Sua vinda para o Paraguai, sua mulher morta e sua filha. Você tem razão quando diz que eu tentei te matar naquele pântano. Ou você irá argumentar que não merece morrer?

Nenhum comentário:

Postar um comentário