domingo, 29 de março de 2009

CASARÃO MAL-ASSOMBRADO

Antes de ir conversar com o namorado de Júlia resolvi visitar os seus pais. Alguma coisa em seu passado havia perturbado o presente. Na verdade, tinha o destruído. Peguei o endereço no prontuário e fui dar uma primeira olhada. Os pais moram em um cortiço, perto do hospital Beneficência Portuguesa. É um casarão amarelo grande, feio e deprimente, que dá as costas para a Avenida 23 de maio. Confirmei o endereço e entrei em um bar ao lado até decidir o que fazer. Na verdade, esperava ver as feições de Júlia neles. Mas é claro que isso não aconteceu. Fiquei ali no bar esperando por uma idéia, um jeito de me aproximar. Pedi um uísque e depois outro. No terceiro, vislumbrei algo.

Precisava reconciliar a família de Júlia. Parti rumo ao centro e comprei umas roupas, jóias baratas e coisas de mulher. Também comprei uma caixa bonita e coloquei tudo dentro. Amanhã vou visitar os pais de Júlia.

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