Tenho um fraco pelos olhos femininos, tristes, profundos e melancólicos. O sofrimento que transmitem é belo. Ana tinha esse olhar, que me pedia ajuda. Apesar de eu nunca resistir a esses pedidos, a história tinha ido longe demais e já ameaçava minha viagem para a Bolívia.
Eu não sei onde estava com a cabeça quando me joguei na frente do carro de Ana. Voltava da minha caminhada matinal quando vi o carro dela retornando da cidade. O veículo se aproximou e pude ver a mulher dirigindo concentrada. Ela virou o rosto na direção do pai, que estava no banco de trás. Naquele momento eu me entreguei a uma idéia, de que poderia conhecê-la se ela tentasse me atropelar. No entanto, eu não pretendia que ela me acertasse. Foi uma decisão estúpida, com certeza, mas seus olhos não me deixavam em paz.
Agora, estou com o braço quebrado e cheio de dúvidas, que só Ana pode responder. Eu descobri parte da história, mas o final pertence a ela.
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