Ana foi tão submissa que ninguém imaginaria o final da história. Ela veio falar comigo, sem saber por que vinha. Estava tão perdida que tive de acompanhá-la de volta para casa. Não entendia minha presença, mas não recusava minhas argumentações. No caminho, ruma a sua casa, aconselhei-a a seguir sua vida, deixar o pai e ser feliz, pois ainda havia esta possibilidade. Ela dizia que não teria coragem. Eu falei durante todo o trajeto até chegarmos a sua casa. No portão, ficou sem saber o que fazer, por isso eu me convidei a entrar. Quando entramos, o velho nos esperava na sala, assistindo a televisão. Ele ficou estarrecido com a minha presença e gritou com Ana. Eu lhe disse: - Calma, senhor Fritz. Eu não vim lhe fazer mal, só vim acompanhar a sua filha para casa. Ela estava vagando, perdida. Resolvi trazê-la de volta para o senhor.
O velho pediu para eu ir embora, mas perguntei a Ana, se ela queria que eu fosse. Estava assustada, dividida e não recusou minha presença. Eu disse a Fritz: - Eu vim ajudar sua filha. Hoje é o dia de sua libertação. Ela precisa saber que eu sei a verdade dos abusos, castigos e do aprisionamento. Tudo isso acaba hoje, porque em breve você estará morto.
Eu me virei na direção de Ana e lhe falei: - Ele não pode mais te machucar, mas só você poderá se libertar.
Estendi-lhe a mão e pedi ajuda. Peguei uma almofada e ofereci a ela. Disse, baixinho: - Ele tem que ser punido pelo que fez com você. Lave você mesmo a sua honra, redima-se. Não é vingança, é justiça.
Segurei seu corpo e a conduzi até o pai. O velho pedia que Ana não fizesse, mas não tinha argumentos para lutar pela vida. Peguei sua mão com a almofada e a coloquei contra a cara de seu pai. Ela pressionou, cada vez mais. O velho tentava lutar, porém a fúria da mulher era maior. Estava excitada, tremia muito, mesmo depois de eu tirá-la de perto do corpo morto. Fritz não tinha resistido muito, já estava muito debilitado. Eu tentei confortá-la: - Não se preocupe, eles não descobrirão a verdade. Ele morreu enquanto assistia televisão.
Ela respondeu: - Ele conseguiu manchar minha inocência de novo, agora sou uma assassina.
Eu a abracei e impedi seu choro. Disse para ela esquecer tudo, ninguém descobriria a verdade. Ana ficou perturbada, a última coisa que queria é que todos ficassem sabendo dos abusos. Ela estava encurralada entre a sua consciência e a vergonha. Ligou para a polícia, avisando que o pai havia morrido tranquilamente no sofá. Eu decidi voltar para o hotel. Pedi que me procurasse se houvesse problemas. Fui embora arrumar minhas malas, afinal amanhã é o dia de minha partida. Pensei em voltar mais tarde em sua casa, mas achei melhor não, poderiam levantar suspeitas. Como será que Ana enfrentará à noite naquela casa mal-assombrada?
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