terça-feira, 21 de abril de 2009

FICHA CORRIDA

Já comecei a trabalhar na identificação do suspeito, o homem de quem peguei a identidade na semana passada. Prometi ao delegado, que já tinha me dado pastas com arquivos dos crimes de Júlia e da outra mulher, que não o incomodaria mais. Porém, se eu estivesse certo o seqüestrador não seria réu primário, sua ficha já devia estar manchada com alguma agressão a mulheres. Liguei para o delegado e o intimidei sem nenhuma vergonha. Ele pediu 48 horas. Também comecei a mostrar a foto da identidade do homem para as garotas de Janice. Algumas o reconheceram e disserem que ele era o homem que as visitava de vez em quando.

Hoje, o delegado me mandou a ficha corrida do suspeito por um motoboy. Quando abri estava lá a mancha em seu passado, cometido na juventude, quando ainda não era um predador experiente. Era só um moleque e não foi condenado pelo espancamento de uma prostituta, junto com alguns amigos. Ele foi fichado e pela sua foto, segurando uma plaquinha com números, pude perceber melhor seus traços, mesmo que o retrato fosse antigo. Tinha traços comuns e nada em especifico nele chamava atenção. A única coisa que me impressionou foi sua frieza. Quando o intimidei, ele não se desesperou ou alterou a voz. Estava seguro de si e tranqüilo. Quando lhe perguntei sobre as prostitutas ele falou sem inibições. O homem gostava realmente daquilo. Era o suspeito perfeito e teria tempo, e dinheiro, para planejar um ataque a Júlia. Quem iria desconfiar dele?

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