segunda-feira, 13 de abril de 2009

AS FACES DA HISTÓRIA

Júlia não contou nem para a melhor amiga seu segredo, mas confidenciou ao homem que amava. Deu errado. Pobre garota miserável, não conseguiu encontrar a felicidade. Devia ter ficado calada e mentido como todo mundo, mas resolveu ser honesta e se abrir. Deu no que deu. Hoje um mecânico da oficina de Renato ligou e disse que o carro estava bom. Eu fui à oficina, mas não consegui encontrar Renato. O mecânico me explicou o estado do carro e disse que eu podia levá-lo. Eu perguntei sobre o paradeiro de Renato e o mecânico falou algo sobre doença. Ele não queria me ver. Entendi a deixa e avisei que alguém viria pegar o carro. Fui para casa e liguei para o Valdir dar um jeito na situação.

Após fazer a ligação fiquei sentado no sofá, pensando na história toda. Eu não acho que Renato é culpado e agora voltei à estaca zero. Ele era só um rapaz de família, que não conseguia conviver com certas coisas que não entendia. Quem poderia culpá-lo por não aceitar? Era um rapaz honesto, trabalhador. Não faria uma coisa dessas, não alguém que freqüentava a igreja e que era tão correto. Para seqüestrar Júlia ele precisaria ter algo sombrio escondido em seu coração por muito tempo, disfarçado, até alguma coisa despertar o monstro frio e calculista que se apoderaria dele. Como ele poderia voltar a ser o mesmo depois?

Agora sei que não foi ninguém próximo a ela que a matou. Existe realmente um assassino perigoso rondando por aí e alguém tem que pará-lo. Me voltei a internet de novo, procurando entender a cabeça do tipo de homem que teria seqüestrado Júlia. Deve ser um assassino sem consciência, um fruto da loucura dos novos tempos, que torna o chamado assassino serial em estrela pelos seus crimes. Quanto mais brutal, mais famoso. Mas é só ler um pouco sobre o assunto para entender que não há nada de especial em um homem que não sente nada e que cura seu tédio brutalizando seres humanos. Ele sente prazer em destruir e causar dor à outra pessoa.

Existem diversos tipos desses monstros doentes, cada um com sua especificidade. Alguns são inteligentes e organizados, outros são carniceiros. No meu caso devia começar a procurar um homem organizado o suficiente para armar um seqüestro e desaparecer com um corpo. Li muito sobre o assunto até que achei um caso parecido. Seu nome era Gary Ridgway, um norte-americano que ficou conhecido como o assassino de Green River. Ele matou quase 50 mulheres antes de ser pego. Eram quase todas prostitutas e depois ele admitiu que as matava porque sabia que "poucas delas seriam dadas como desaparecidas". E ele ainda disse: "Escolhi as prostitutas porque acreditava que poderia matar quantas quisesse sem ser pego".

Ele era organizado e enganou a polícia por anos, chegando a colocar pistas falsas nas cenas dos crimes. Esse era o tipo de homem que procurava, mas por que Júlia teria sido pega por ele? Será que ele já havia a marcado há muitos anos atrás ou só deu de cara com ela na República? De qualquer jeito é melhor falar com Suelen e Janice e esperar por uma pista mais sólida.

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